ARQUIVO EM CARTAZ VALORIZA A MEMÓRIA DO PATRIMÔNIO AUDIOVISUAL EM FILMES, HOMENAGENS, DEBATES, OFICINAS E EXPOSIÇÃO
Publicada em: 03.11.2016
De 7 a 16 de novembro, Rio de Janeiro e Niterói recebem segunda edição do Festival Internacional de Cinema de Arquivo; evento exibe 52 filmes em 33 sessões; presta homenagens ao ator Haroldo Costa e ao restaurador Chico Moreira, coloca em evidência os 100 anos do samba.
O Arquivo em Cartaz – Festival Internacional de Cinema de Arquivo chega a sua 2a edição de 7 a 16 de novembro, no Rio de Janeiro e Niterói reafirmando sua vocação de ser instrumento a favor do patrimônio audiovisual. Divulga e incentiva a realização de filmes com imagens de arquivo e promove o debate para refletir sobre as questões e diretrizes para a preservação de acervos audiovisuais.
Nesta edição elegeu como temática central os 100 anos de samba. O evento vai festejar o centenário do mais tradicional dos ritmos nacionais, com uma programação intensa e plural, que resgatará, em filmes e debates, a história e personagens fundamentais para a criação do gênero e para a construção da cultura nacional, além de exibir filmes em pré-estreias e retrospectivas, mostras competitiva e temáticas com o propósito de incentivar a realização de filmes produzidos com imagens de arquivo.
Realizado pelo Arquivo Nacional em parceria com a Universo Produção, a 2a edição do Arquivo em Cartaz exibe 52 filmes nacionais e internacionais ( longas, médias e curtas) em 33 sessões de cinema, divididas em cinco mostras temáticas, promove homenagens, debates, encontros, diálogos e exposição. Para a realização de todas estas atividades, serão ocupados três espaços principais: Arquivo Nacional (Cine Pátio – 400 lugares e Cine-Teatro – 150 lugares) e Espaço Cultural BNDES (Cine BNDES - 384 lugares), na cidade do Rio de Janeiro; e Cine Arte UFF (290 lugares), em Niterói. Toda programação é oferecida gratuitamente ao público.
"O Arquivo em Cartaz contribui para a preservação, recuperação e difusão de produções audiovisuais que utilizam imagens de arquivo - questão estratégica e fundamental para o resgate da história e memória do patrimônio audiovisual", ressalta a diretora da Universo Produção, Raquel Hallak
HOMENAGENS E ABERTURA
A abertura do Arquivo em Cartaz – Festival Internacional de Cinema de Arquivo acontece no dia 7 de novembro (segunda), às 19h30, no Cine-Pátio - Arquivo Nacional (Praça da República, 173, Centro, Rio de Janeiro). Na oportunidade, duas personalidades fundamentais para a cultura brasileira serão homenageadas: no contexto das comemorações dos 100 anos do samba, o escolhido é o jornalista, escritor, produtor cultural, diretor e ator Haroldo Costa, que já confirmou presença no evento. Já no âmbito da preservação do patrimônio audiovisual brasileiro, o homenageado é o fotógrafo, montador, pesquisador, conservador e restaurador Francisco Moreira, o Chico, falecido no início deste ano.
Na sequência, o público terá a oportunidade de conferir os filmes Abre Alas (10min, Brasil, 2016), dirigido por Ana Moreira e produzido pelo Arquivo Nacional; Ópera Sideria, de Annibal Requião (1912) - fragmentos restaurados por Chico Moreira e Mauro Domingues, e Haroldo Costa – o nosso Orfeu (26 min, Brasil, 2015), de Silvio Tendler.
FILMES E MOSTRAS TEMÁTICAS
A programação do Arquivo em Cartaz está dividida em oito mostras temáticas: Mostra Competitiva, Mostra Pré-Estreias, Mostra Homenagem, Mostra Acervos, Mostra Arquivo N, Mostra Arquivo Faz Escola, Mostra Arquivos do Amanhã e Mostra Oficina Lanterna Mágica, cada uma delas com conceito próprio. A curadoria do festival foi realizada por Antonio Laurindo e a coordenação da Mostra Competitiva por Mariana Monteiro, servidores do Arquivo Nacional. “Dentro do conceito de 100 anos do samba nós fizemos um recorte, pois é impossível contar toda essa história em apenas dez dias. O mais importante, no entanto, foi colocar em evidência este rico material que conta a trajetória não apenas do carnaval, a festa com a qual o gênero é mais identificado, mas, sim, o nascimento e a consolidação deste ritmo”, explica Laurindo.
A Mostra Competitiva tem o propósito de valorizar as mais recentes produções cinematográficas que utilizam material de arquivo e ser instrumento de reflexão sobre as múltiplas possibilidades de (re)utilização dos arquivos de filmes. Nesta edição foram selecionados 24 filmes nacionais e internacionais (6 longas, 9 médias e 9 curtas) de cinco países - Argentina, Brasil, Bulgária, México e Portugal. As sessões acontecem no Cine-Teatro instalado no auditório do Arquivo Nacional. Os vencedores da Mostra Competitiva serão agraciados com o Prêmio Batoque na cerimônia de encerramento do evento, agendada para o dia 11 de novembro (sexta), às 19h30, no Cine-Pátio, no Arquivo Nacional (confira a lista dos concorrentes abaixo).
A Mostra Pré-Estreias, uma das mais aguardadas da programação, exibirá três longas brasileiros que ganham as telas do evento no cinema instalado ao ar livre no pátio do Arquivo Nacional, denominado Cine-Pátio, com plateia de 400 lugares. O público poderá conferir as sessões dos filmes : Pitanga, de Beto Brant e Camila Pitanga (8/11, terça), o inédito Tantinho – memória em verde e rosa, de Pedro Von Krüger (9/11) e o longa Divinas Divas, de Leandra Leal (10/11). As sessões acontecem às 19h30.
Na programação da Mostra Homenagem, que celebra o trabalho e a vida de Haroldo Costa e Chico Moreira, estão: Aviso aos navegantes, de Watson Macedo (1950), Haroldo Costa – o nosso Orfeu, de Silvio Tendler (2015); Heliorama, de Ivan Cardoso (2004); o raro Pista de Grama, de Haroldo Costa (1958) e Tanga – Deu no New York Times, de Henfil (1987). As sessões estão programadas para o Cine Arte UFF, em Niterói.
A Mostra Acervos é realizada em parceria com outras instituições de guarda e exibirá os curtas-metragens enviados pelo Centro Técnico do Audiovisual - CTAv: Memória do Carnaval, de Alice Gonzaga (1975); pela Cinemateca Brasileira, Nelson Cavaquinho, de Leon Hirszman (1969); pela Cinemateca do Mam, O que foi o carnaval de 1920!, de Alberto Botelho (1920). O Arquivo Nacional apresenta o curta Abre Alas, de Ana Moreira (2016) que será também exibido na abertura do evento. Esta seleção busca promover a preservação e difusão de acervos filmográficos e da memória do cinema, trazendo produções sob guarda de instituições científicas, educacionais e arquivísticas a fim de aproximar o público dos acervos e contribuir para a difusão de filmes antigos e películas restauradas. Os filmes serão exibidos no Cine Teatro BNDES.
Na Mostra Arquivo N, uma novidade deste ano, entram em cartaz Maria Bethânia (Editora-Chefe: Luciana Savaget / Apresentação: Leilane Neubarth / Produção e Edição: Renata Lage / Finalização: Rita Araújo e Claudio Guterres / Pesquisa Acervo: Ana Tapajós); Gonzaguinha (Editora-Chefe: Luciana Savaget / Apresentação: Leila Steremberg / Produção e Edição: Flávia Freitas / Produção: Renata Lage / Edição e Finalização: Rita Araújo e Claudio Cortez / Pesquisa Acervo: Ana Tapajós) e Cartola (Editora-Chefe: Luciana Savaget / Produção e Edição: Renata Lage E KlaraDuccini / Pesquisa Acervo: Ana Tapajós e Cristina Vignoli / Edição e Finalização: Rita Araújo e Magno Mendonça). Todas as exibições serão realizadas no Cine Teatro do Arquivo Nacional.
A Mostra Arquivo Faz Escola tem por objetivo chamar a atenção do público escolar para a importância da preservação da memória cinematográfica e da cultura brasileira, assim como promover a utilização do cinema como uma ferramenta de aprendizado e despertar o interesse pela produção nacional. Serão exibidos A Alma Roqueira de Noel, de Alex Miranda (2011); Trinta, de Paulo Machline (2014); e O samba que mora em mim, de Georgia Guerra-Peixe (2011). As sessões acontecem no Cine Teatro, localizado no Arquivo Nacional, para escolas da rede pública e privada de ensino previamente cadastradas.
A Mostra Arquivos do Amanhã apresenta três curtas produzidos por jovens. Tem o objetivo de incentivar a produção de registros audiovisuais a partir do ponto de vista de crianças e adolescentes que documentem fatos, lugares e tradições significativas de seu tempo e sirvam de memória para os arquivos futuros.
A Mostra Oficina Lanterna Mágica vai exibir sete filmes produzidos durante a oficina ministrada pelo cineasta Joel Pizzini como parte integrante da programação do evento. Os filmes são: Cinejornal Censurado (Hors Concours), de Claudio Muniz, Denise de Morais Bastos, Heliene Nagasava, Marcos Cândido Grã e Thiago Câmara de Paula (2016); Amazonas Tilt, de Descartes Jr., Germano Weiss, João de Campos, Marcelo Aragão e Vanessa Rocha (2016); Arquivos de Infâncias, de Adriana Fresquet e Marta Chamarelli (2016); Do Povo, de Felipe Leão, Paula Lacerda e Hud Figueiredo (2016); Grãos de Memória, de Flávia Beatriz de Nazareth, Rafael Moreira e Tatiane Mendes (2016); Outros 500, de Sylvia Nemer, Luiz Henrique Ramos e Gabriel Massena – a partir do projeto de Sylvia Nemer (2016); e Xana Nina Nã, de Lucilia Zardo, Nataraj Trinta e Tassiana Catein (2016).
A Oficina Lanterna Mágica nasceu da percepção da importância de incentivar a utilização de imagens de arquivo como fonte de inspiração artística e conhecimento científico. A partir de uma seleção de filmes sob guarda do Arquivo Nacional, os participantes da oficina, participam de discussões teóricas e experimentações práticas para produzir uma obra final elaborada e realizada em pequenos grupos. A sessão acontece no Cine -Teatro do Arquivo Nacional.
DEBATES
Durante o evento serão promovidos três debates com a participação de 13 profissionais no centro das discussões que terá como enfoque central as memórias do samba e os desafios da preservação audiovisual. No dia 08 (terça), o debate inaugural discutirá o tema "Memórias do Samba – A trajetória de Haroldo Costa e histórias do samba", no dia 09(quarta), a mesa discutirá o tema "Por dentro dos arquivos – desafios para a gestão, preservação e acesso aos acervos audiovisuais" e o último debate, no dia 10(quinta), o enfoque é "Difundindo, criando e preservando a memória – as múltiplas potencialidades das imagens de arquivo em novas produções. Os debates acontecem no Cine-Teatro, no Arquivo Nacional, sempre de 10h30 às 12h30, com entrada franca.
OFICINAS E WORKSHOP
O evento oferece um amplo programa de capacitação e formação para profissionais do setor audiovisual, os que atuam no segmento da preservação e interessados na área. Este ano seis modalidades de curso, sendo cinco oficinas e um workshop, com a oferta de 130 vagas, acontecem nas dependências do Arquivo Nacional (Praça da República, 173 - Centro, Rio de Janeiro), durante a realização do evento.
São cinco oficinas técnicas que têm o propósito de contribuir para o aperfeiçoamento das práticas referentes à conservação de acervos e estimular a capacitação de profissionais de arquivo. O engenheiro eletrônico e técnico de som do CTAv/MinC, Edwaldo Mayrinck, ministra a oficina “O som no cinema", a coordenadora do Centro de Conservação e Preservação Fotográfica da Funarte/MinC, Sandra Baruki, e membros da Equipe de Conservação de Fotografias da Coordenação de Preservação do Acervo (Copac) do Arquivo Nacional ministram a oficina “Noções básicas de conservação de documentos fotográficos”. As aulas da oficina “Noções básicas de conservação de películas cinematográficas” ficarão a cargo dos técnicos do Arquivo Nacional Mauro Domingues, Coordenador-Geral de Processamento e Preservação do Acervo (COPRA), Antônio Gonçalves, engenheiro químico, e técnicos da Equipe de Conservação de Filmes. O arquivista Thiago Vieira e a conservadora Isaura Lázaro juntamente com a equipe de documentos sonoros da Coordenação de Documentos Audiovisuais e Cartográficos (CODAC) irão ministrar a oficina “Noções básicas de conservação e processamento de documentos sonoros”. A professora associada do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Rosa Inês Cordeiro, apresenta um panorama geral sobre o tratamento arquivístico de documentos audiovisuais, durante a oficina “Tratamento arquivístico de acervos audiovisuais.
Outra novidade do Arquivo em Cartaz será a presença da convidada internacional Laura Tusi, da Argentina. Ela ministrará o workshop Investigação em Arquivos, que acontece no dia 9 de novembro, de 14 às 18h, no Arquivo Nacional, com oferta de 30 vagas. O encontro tem como objetivo contribuir com o trabalho de diretores e produtores, fornecendo informações fundamentais para a pesquisa audiovisual. A convidada, que estudou Artes na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires, é professora de História da Mídia da instituição. Atua como pesquisadora de arquivos para diversas produções para cinema, televisão e museus e, entre seus trabalhos mais recentes, está o longa Maradona, em fase de produção. As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 7 de novembro, pelo site arquivoemcartaz.com.br.
EXPOSIÇÃO E REVISTA
O Arquivo em Cartaz promove exposição denominada "O Século do Samba" que apresenta uma coleção de documentos relacionados a história do samba, selecionados a partir de vários fundos com o intuito de despertar o interesse dos visitantes pela história de uma das manifestações mais emblemáticas da cultura brasileira. Peças dos anos 1920, musicadas por Sinhô, Lamartine Babo, Pixinguinha; músicas censuradas durante o regime militar, assim como enredos de escolas de samba submetidos à censura; gravações antigas em discos de 78 rotações de sambas de Donga, Noel Rosa, Catulo da Paixão Cearense são apenas alguns exemplos. A exposição estará em cartaz nas dependências do Arquivo Nacional.
Durante a abertura, 07 de novembro, será lançada a 2a edição da revista Arquivo em Cartaz que tem como proposta principal trazer reflexões, artigos, textos e ensaios inéditos de pesquisadores, acadêmicos, profissionais e personalidades do universo audiovisual com a temática relacionada à preservação do patrimônio cinematográfico mundial, à memória do cinema brasileiro, dando destaque especial aos homenageados e temas abordados durante o Arquivo em Cartaz.
ENCERRAMENTO E PREMIAÇÃO
A cerimônia de encerramento e premiação do Arquivo em Cartaz acontece no dia 11 de novembro, às 19h30, no Cine-Pátio – Arquivo Nacional, com o anúncio dos filmes vencedores na Mostra Oficina Lanterna Mágica e Mostra Competitiva. Os vencedores serão agraciados com o Prêmio Batoque, que leva o nome do artefato em torno do qual a película é enrolada, seu núcleo, que lhe confere forma e sustentação. O prêmio simboliza, assim, a preservação de filmes, razão primeira do festival.
Os ganhadores nas categorias de melhor filme (longa, média e curta) serão contemplados com até 10 minutos de imagens em movimento do acervo do Arquivo Nacional. Batizado de Jurandyr Noronha, o prêmio de melhor utilização de imagem de arquivo presta homenagem a uma vida dedicada ao cinema. Parceiro do evento, o CTAV também premiará o melhor curta-metragem com serviços de edição de imagem.
A noite de premiação contará, ainda, com a exibição do filme Partido Alto, de Leon Hirszman (1982) e show do Tantinho da Mangueira com componentes da Velha Guarda da verde e rosa.
Toda programação é oferecida gratuitamente ao público e está disponível no site arquivoemcartaz.com.br.
EXIBIÇÕES CONTINUAM ATÉ DIA 16 DE NOVEMBRO NO CINE ARTE UFF, EM NITEROI
Os filmes da Mostra Homenagem e os vencedores podem ser assistidos no Cine Arte UFF, em Niteroi, sempre às 17h, com entrada franca.
CONFIRA A SELEÇÃO DOS FILMES DA MOSTRA COMPETITIVA
LONGAS
• As Incríveis Artimanhas da Nuvem Cigana, de Claudio Lobato e Paola Vieira (2016)
• Imagens do Estado Novo 1937- 1945, de EduardoEscorel (2016)
• La Muerte no Duele, de Tomas de Leone (2016) - Argentina
• Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil, de Belisario Franca (2015)
• Não Estávamos Ali para Fazer Amigos, de Miguel de Almeida e Luiz R. Cabral (2015)
• Uncle Tony, Three Fools and the Secret Service., de Mina Mileva e VeselaKazakova – Bulgária (2016)
MÉDIAS
• As Incríveis Histórias de um Navio Fantasma, de André Bomfim (2015)
• Araca – O samba em pessoa, de AlequesEiterer (2014)
• Herança Social, de Christian Jafas (2016)
• Longe do Oeste, de RenáTardin (2014)
• Quem Matou Eloá?, de Lívia Perez (2015)
• Rio das Diretas, de GrimaldoZachariadhes (2016)
• Super Frente, Super 8, de Moema Pascoini (2015)
• Tiempo Suspendido, de Natalia Bruschtein – México (2015)
• Uma Família Ilustre, de Beth Formaggini (2015)
CURTAS
• A Bacharel e a Presidente, de Nay Araújo (2016)
• Almerinda, a Luta Continua!, de Cibele Tenório (2016)
• Canto do Rio em Sol, de Laís de Azeredo Rodrigues e Maria de Andrade (2015)
• Carta de Meu Pai, de Marta Chamarelli (2014)
• Kafango, de Eduardo Souza Lima (2016)
• Rebobine, de Juliana Ludolf (2016)
• Save As, de José Filipe Costa – Portugal (2015)
• Sombras Projetadas, de Juliana Muylaert (2015)
• What Makes a Good Party, de Bianca Rêgo (2016)
